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Mulheres empreendedoras abririam mão do próprio relacionamento em função da carreira, revela SPC Brasil

12/03/2014

Pesquisa inédita traça perfil da empresária brasileira. Maioria divide as contas da casa, mas 47% das empreendedoras ainda são as únicas responsáveis pelas tarefas domésticas

Mulheres empreendedoras abririam mão do próprio relacionamento em função da carreira, revela SPC Brasil

Dedicando-se cada vez mais à carreira profissional, as mulheres estão mais seguras de si quando o assunto é mercado de trabalho. Um estudo inédito realizado pelo Serviço de proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais mostra a determinação de boa parte das mulheres empreendedoras de abrir mão do relacionamento afetivo caso ele se torne uma barreira ao seu sucesso profissional.

Mais de um terço (36%) das empresárias casadas admitiram à pesquisa que abririam mão do relacionamento conjugal caso o marido ou companheiro dissesse: “ou eu ou o trabalho”. Outras 40% das entrevistadas afirmaram que precisariam pensar mais a respeito antes de tomar uma decisão - não descartando a possibilidade de romper com o relacionamento– e somente 25% das mulheres afirmaram que com certeza abririam mão do trabalho.

Na avaliação da economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, a convicção detectada pelo estudo está diretamente ligada à maior participação das mulheres no mercado de trabalho, inclusive a frente de negócios. “Ainda que haja uma defasagem histórica na remuneração das mulheres na comparação com homens, é perceptível uma maior inserção delas nas atividades fora do lar”, afirma a economista.

Em relação ao estado civil, destaca-se que quase a metade das entrevistadas (44%) não possui cônjuge, o que reforça o perfil de autonomia na vida pessoal e profissional entre as empreendedoras solteiras.

Acúmulo de responsabilidades

Entre as casadas ou que vivem em união estável, 70% disseram ter participação total ou parcial no pagamento das contas da casa, sendo que dessas, 14% se responsabilizam sozinhas pelo pagamento das despesas e 56% dividem os custos com o marido. “Esse alto percentual é um exemplo prático da participação marcante da mulher nas finanças da família, reforçando o perfil de autonomia e maior independência econômica por parte delas”, destaca a economista Luiza Rodrigues.

Mesmo atuando fora de casa com o negócio próprio, as mulheres empreendedoras não abandonaram as atividades domésticas. O levantamento indica que em 47% dos casos elas são as únicas responsáveis pelas tarefas do lar, como cuidar dos filhos, lavar, passar e cozinhar. O percentual é maior entre as empreendedoras cujo negócio é informal (58%).

“A pesquisa mostra que a ampliação de oportunidades no mercado de trabalho entre as mulheres não foi acompanhada por uma nova divisão de responsabilidades domésticas entre os gêneros. Novos papéis foram incorporados à rotina da mulher sem que ela deixasse de ser cobrada pelas funções tradicionais de ser boa mãe, boa dona de casa e boa esposa”, conclui a economista Luiza Rodrigues.

Além de acumularem funções da carreira com as atividades domésticas, quase a metade (49%) das empreendedoras dedica mais tempo à profissão do que um trabalhador assalariado formal, ou seja, trabalham mais de oito horas por dia. Some-se a isso o fato de que quatro em cada dez (37%) não tiram férias, fator que torna a jornada de trabalho ainda mais pesada para as mulheres empreendedoras.

Sem culpa

Assumindo grandes responsabilidades dentro do ambiente familiar, mais da metade (55%) das empreendedoras disse que não foi necessário abrir mão de nada para se tornarem empresárias e que, portanto, conseguem equilibrar o tempo entre a vida familiar e a profissional. 33% confessaram terem renunciado aos próprios momentos de lazer e 21% tiveram de abrir mão do tempo que dedicavam à família.

Um indicativo de que elas estão bem resolvidas quanto à conciliação de tarefas é que 78% das entrevistadas afirmaram que não se sentem culpadas pela divisão do tempo entre a atividade profissional e a familiar.

Indagadas se conseguem flexibilizar seu horário de trabalho para realizar atividades pessoais, como ir ao médico, levar os filhos para a escola ou freqüentar academia, 83% das entrevistadas alegaram que sim. “A ausência de culpa pelas decisões tomadas é explicada pelo fato de que as empreendedoras são multitarefas e conseguem desempenhar várias funções com o mesmo empenho”, explica a economista Luiza Rodrigues. Além disso, sete em cada dez (67%) empreendedoras afirmaram que não se sentem diminuídas, vítimas de preconceito ou prejudicadas na condição de mulher a frente de um negócio.

Quando confrontadas com a situação hipotética de abandonar o negócio próprio em troca de um emprego fixo, com carteira assinada, trabalhando oito horas por dia e ganhando o mesmo que obtém hoje, apenas 14% admitiram que aceitariam a proposta contra 72% das que preferem continuar com o atual negócio.

“A flexibilidade e a possibilidade de crescimento profissional ajuda a explicar o fato dessas mulheres não quererem abrir mão da condição de empreendedora”, explica a economista Luiza Rodrigues.

Perfil otimista

De acordo com as empreendedoras entrevistadas, fatores como persistência (40%), confiança (20%), ousadia (16%) e talento (14%) foram os que mais contribuíram para as suas conquistas profissionais como empresárias. Além disso, características como organização (67%), flexibilidade (43%) e calma (42%) são consideradas as mais marcantes de suas personalidades.

Para os especialistas do SPC Brasil, as empreendedoras são, geralmente, mais detalhistas e sensitivas, características que aliadas à determinação e iniciativa, podem contribuir para uma melhor gestão do negócio. Nesse sentido, o levantamento identificou que quatro em cada dez (43%) empreendedoras admitiram que costumam usar a intuição para tomar decisões importantes no negócio.

Um exemplo dessa sensibilidade aguçada é que mais de um terço das mulheres (35%) escolherem o ramo de atividade da empresa que abriram baseando-se apenas na percepção de que possuem aptidão para o negócio. O percentual é maior entre as mulheres que atuam no segmento de serviços (41%) e são informais (53%).

“Hoje, as mulheres não empreendem apenas para complementar a renda da família ou como passatempo. Cada vez mais, elas abrem empresas por identificarem uma oportunidade de mercado e que, geralmente, tendem a ser em algum segmento pelo qual são apaixonadas. Isso demonstra um perfil arrojado, desbravador e aventureiro das mulheres”, explica a economista Luiza Rodrigues.

Embora historicamente as mulheres registrem em média mais anos de estudo em relação aos homens, a pesquisa mostrou que somente um quarto (25%) das empreendedoras aprendeu as habilidades necessárias no seu negócio fazendo cursos. A maior parte (36%) afirmou ter desenvolvido as habilidades na prática, ou seja, sozinhas. O percentual é maior entre as que atuam no segmento do comércio (41%).

Pensando no futuro

Mesmo com as dificuldades enfrentadas em decorrência da dupla jornada, as empreendedoras dão a nota média geral de 8,6 em termos de satisfação com a atividade profissional. O índice é semelhante em todos os perfis pesquisados.

Como reflexo dessa plena satisfação, o levantamento também identificou que as mulheres estão otimistas em relação ao futuro dos seus empreendimentos. Dentre as entrevistas, 95% acreditam que conquistarão mais clientes pelos próximos dois anos e pelo menos 70% demonstram interesse em investir na melhoria da infraestrutura do atual negócio.

“Os resultados demonstram que a mulher empreendedora tem plena consciência de sua função à frente do próprio negócio e encara isso com elevado grau de autoestima e confiança no seu potencial de empreendedora. Mais do que uma oportunidade profissional, o estudo mostra que para essas mulheres ser empreendedora significa uma opção de vida e a busca por uma realização pessoal”, explica a economista Luiza Rodrigues.

Metodologia

Realizada como parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher, a pesquisa entrevistou, pessoalmente, 601 mulheres donas de algum empreendimento do ramo de serviços ou comércio nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de no máximo 4,00 pontos percentuais.

Fonte: SPC Brasil

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